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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

75 ANOS DE SUPERMAN - por Marcus Farrapo

As velas recebem o sopro do patriarca das Comics, Superman, nos seus 75 anos, e ganha um curta-animação no mínimo interessante, produzido por Zack Snyder (de Watchmen e 300), e Bruce Tim (responsável pelos ótimos desenhos do Batman, no início da década de noventa). Vários momentos importantes  (ou não) são destacados nessa animação, tanto nas HQs, quanto fora das HQs, sendo alguns deles:

  • Capa da primeiro aparição do Superman, em  Action Comics nº1
  • Animação de 1941, pela Paramount Pictures
  • Era de Prata nos quadrinhos (Braniac, "superanimais, Fortaleza da Solidão, Supermoça...)
  • O ator George Reeves
  • A luta com o boxeador Muhamad Ali
  • o ator Cristopher Reeve
  • A Morte do Superman
  • Superman pós-morte, de cabelo comprido e uniforme negro
  • Superman elétrico, bipartido em azul e vermelho
  • A série de tv Smaville
  • Superman reformulado, mais jovem e sem cueca 
  • O ator Henry Cavill

Assista à animação citada abaixo




Indiscutivelmente, o septuagenário de capa vermelha pode ser considerado um mito contemporâneo, presente no imaginário popular desde sua primeira publicação em 1938, pela dupla Jerry Siegel e Joe Shuster, sempre se adaptando aos novos tempos.
                                         

terça-feira, 29 de outubro de 2013

O MÉDICO E O MONSTRO - por Marcus Farrapo

Cinema, literatura, desenhos, HQs...tão comum presenciarmos a visão do gênio recluso em seus afazeres acadêmicos, atormentado pela própria sombra, um monstro contido na carcaça de uma silhueta frágil, que ao ser liberado, deforma-a numa criatura que rompe os limites  da anatomia humana. Ao retrocedermos ao princípio originário de tal visão, encontraremos o solitário Dr. Jekyll e sua contraparte maléfica, Mr. Hyde.

“A cada dia, e dos dois lados de minha inteligência – a moral e a intelectual – portanto, fui-me aproximando inexoravelmente da verdade cuja descoberta parcial condenou-me a tão medonha derrocada: que o  homem não é verdadeiramente um, mas verdadeiramente dois.” (pág.80)



   A novela O Médico e o Monstro (The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde) foi publicada em 1886, pelo escritor  escocês, Robert Louis Stevenson. Sua inspiração surgiu em sonhos,  enquanto convalescia de hemorragias e convulsões pulmonares. O personagem de Dr. Jekyll, um médico respeitado pela sociedade londrina, após  uma epifania de que o homem possui duas faces, uma boa e outra má, resolveu trazer a tona sua personalidade sombria, dando-lhe concretude e vida através de uma poção.




Mr. Hyde transformando-se em Dr. Jekyll.
“Aproximou o copo dos lábios e bebeu o conteúdo de uma vez só. Ouviu-se um grito; ele titubeou, cambaleou, agarrou-se as bordas da mesa para não cair, com olhos fixos e injetados, arquejando coma boca aberta. E enquanto eu olhava, pareceu-me que estava ocorrendo uma mudança , ele  dava a  impressão de estar inchando, seu rosto ficou preto de repente, e as feições pareceram derreter-se e alterar-se...” (pág. 77,78)








Sua aparência se descompromete com qualquer modalidade estética conhecida. Um homem de baixa estatura, capaz de causar repúdio somente pela presença.. Seu rosto expõe uma primitividade dormente nas pessoas, algo que todos temem que um dia desperte. No livro de Stevenson, Hyde pisoteia uma criança e mata um homem por espancamento.



Trata-se de uma dicotomia acentuada pelo conflito entre o civilizado e o selvagem. Thomas Hobbes, pensador inglês  do século XVI, nos diz pela sua obra Leviatã, que o homem está distante de ser um animal social, a exemplo das abelhas e formigas. A agregação em sociedade surge antes por necessidade do que por instinto. Ainda em seu estado de natureza (condição humana que antecede a legitimação de um contrato social), o homem encontra-se em guerra de todos contra todos. O homem torna-se o lobo do próprio homem. Para Hobbes, o conflito é gerado por três fatores:


  • Competição
  • Insegurança
  • Glória

O conflito somente  encontra um fim, quando os homens entregam sua liberdade para uma autoridade extrema, a figura do soberano, onde leis são fundamentadas no intuito de frear os impulsos da barbárie. configurando-se no estado civil. 



Em O Médico e o Monstro, o personagem de Mr. Hyde rompe com quaisquer normas e valores erigidos dentro de uma sociedade. Seu comportamento bélico o remete ao estado de natureza hobbesiano, ou seja, o homem ausente das limitações de seus desejos, em guerra contra todos, ao contrário de sua outra metade, Jekyll, um homem inserido dentro do pacto social. Porém,  longe de ser uma vítima de seu experimento, Jekyll compactuou com as perversidades de Mr. Hyde. Enquanto no controle de seu alter ego, o doutor regozijava-se de satisfazer seus desejos obscuros, em detrimento das normas sociais, na figura de Hyde, e sair impune ao retornar à sua forma normal. Fica claro a crítica de Stevenson à sociedade britânica do século XIX.





"Tive a impressão de que era obrigado a optar por um dos dois. Minhas duas naturezas tinham em comum a memória, mas todas as outras faculdades estavam repartidas de forma desigual" (pág. 87) 






Podemos encontrar adaptações da novela em películas cinematográficas que remontam à data de 1908, passam pela versão de 1920, com John Barrymore, 1931, com Fredric March, e a de 1941, com Victor Fleming. 





Ao contrário do personagem de Stevenson, Mr. Hyde, em algumas adaptações , foge da fidelidade, ilustrado como uma criatura alta e marombada.





A sátira O Professor Aloprado, de 1996, remake do filme de mesmo nome com Jerry Lewis, de 1963

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A versão anabolizada e verde de Mr. Hyde no Universo Marvel






Pernalonga e Jekyll/ Hyde




Fonte: Stevenson, Robert Louis. O Médico e o Monstro. trad. Heloisa Jahn. Editora Ática. São Paulo, 1994


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

GALACTUS - por Marcus Farrapo



Sua vida encontra raízes antes do princípio dos tempos. Sua existência, enigmática. Galactus,  nome temido nos incontáveis mundos, perambula pelo universo, aparentemente, com um único propósito:  saciar seu monstruoso apetite em devorar planetas! Vilão, deus ou apenas uma peça no determinismo universal, Galactus é um personagem forte, cujas estórias rodopiam além da simples imaginação. Foi criado por Stan Lee e Jack Kirby, em 1966, nas páginas da revista do Quarteto Fantástico. Tornou-se personagem cativo entre os leitores da Marvel através de suas aparições entre tantos títulos da editora, sempre majestosas.









Frequentemente, o personagem é acompanhado de um arauto, aquele que procura o mundo para ser devorado, e ao mesmo tempo, anuncia o juízo final para os habitantes condenados. De vários, o mais famoso chama-se Surfista Prateado, que ao chegar na Terra, recobra sua humanidade  e expulsa seu amo, com a ajuda do Quarteto.  











Em uma de suas passagens mais interessantes, Galactus , compadecendo de fraqueza, recebe a visita da Morte. Porém, esta não veio buscá-lo , mas reafirmar sua existência: “você não é meu escravo! Você é meu marido e pai. Meu irmão e filho! Somos tão velhos quanto a criação... e, no entanto, só atingiremos a maturidade quando o próprio cosmo perecer!” (Marvel Saga 2 – pág. 59 – Editora Abril)



Inicialmente, nas primeiras aparições, apenas um colosso ameaçando o mundo com uma fome apocalíptica. Já em Fantastic Four 262, de 1984, um propósito é definido pelas mãos do roteirista e desenhista John Byrne. Sendo um sobrevivente de um universo extinto, Galactus é encarregado de encontrar um mundo que possa resistir  às entropias que consomem a matéria, daí seu papel de “testar” os planetas com seu apetite. Já em Terra X, de 1999, Galactus é destacado como o grande equilíbrio, aquele que controla o nascimento dos Celestiais, raça de deuses alienígenas, gerados no interior dos planetas.








Capa da primeira aparição de Galactus 



Galactus e seus Arautos

Galactus e seu arauto Surfista Prateado, desenhado por Moebius




Momento Goya: Galactus devorando seus arautos





Facetas de um devorador de mundos








DESAFIO INFINITO - por Marcus Farrapo




Em março de 1995, chegava às bancas brasileiras a minissérie Desafio Infinito, uma das melhores sagas cósmicas produzidas pela Editora Marvel . O enredo envolve Thanos, um semideus ensandecido, que toma como meta existencial, reconquistar o coração de sua amada, a Morte, eliminando metade dos seres vivos de todo o universo, como prova de seu afeto. Porém, devido aos recursos da  Manopla do Infinito, artefato com poderes quase ilimitados, Thanos torna-se mais forte que a própria Morte, magoando-a. .













Conscientes da ameaça,  heróis e deuses juntam forças para conter o titã. A trama se desenvolve com a intervenção de Adam Warlock, o destruidor de falsos deuses, na qual lidera o ataque. Mas como derrotar um deus? Eis o clímax da saga !!














Dividido em três partes (o original americano, de 1991, foi lançado em seis partes), Desafio Infinito conta com os ótimos desenhos do renomado George Pérez e Ron Lim, e o excelente roteiro do mestre do gênero, Jim Starlin, tornando-se uma saga ímpar, tendo mais quatro sequências com Guerra Infinita, Cruzada Infinita, Abismo Infinito e o Fim do Universo Marvel, mas sem causar o efeito da primeira . Uma indiscutível obra-prima que fortalece a mitologia Marvel e enriquece aqueles que são aficcionados por HQs .



Capa da primeira edição de Guerra Infinita, continuação de Desafio Infinito.



Heróis jazidos diante Thanos.



Entidades cósmicas prestes a tombarem.